A Vetiver é uma planta da família das gramíneas, herbácea, perene, cespitosa (em moita) cujas raízes atingem em torno de 3 metros no primeiro ano de plantio, podendo prolongar-se até 6 metros de profundidade. Propaga-se principalmente de forma vegetativa (assexuada) já que a maior parte das variantes cultivares produzem pequenas quantidades de semente, ou simplesmente, não a produzem. Desta forma, o capim-vetiver é considerada uma espécie muito segura para se utilizar, não existindo o risco dela se tornar invasora. Pode ter uma longevidade de séculos. Por estas razões, na Índia o Vetiver vem sendo utilizado há séculos para delimitar fronteira de terrenos, pois ele permanece exatamente onde foi plantado. É também conhecida como capim-vetiver, capim-de-cheiro, grama-cheirosa, grana-das-índias, falso-pachuli (ou simplesmente pachuli) e raiz-de-cheiro.
O Sistema Vetiver é uma tecnologia verde atualmente utilizado em mais de 100 países tropicais e subtropicais.
Acredita-se que o Vetiver seja nativo do subcontinente indiano, sendo vastamente cultivado na Austrália, Indonésia, Índias Ocidentais, África e Polinésia. Os principais produtores são a Índia, Java, Haiti, etc. Na América Latina também vem sendo empregado no Chile, Venezuela e Colômbia. O Brasil vem aumentando sua produção uma vez que o capim Vetiver têm muitas aplicações a favor do meio ambiente.
O Dr. Paul Truong, um dos diretores da Vetiver Network é um conceituado pesquisador e divulgador do Sistema Vetiver pelo mundo. Desenvolve essa técnica desde 1990. É responsável por projetos na Ásia e no Pacífico, um de seus principais projetos foi a recuperação da ferrovia de Madagascar, onde utilizou mais de 2,5 milhões de mudas do capim Vetiver.
O Dr. Paul Truong esteve visitando a América Latina e o Brasil em 2012, a convite do Engenheiro Civil e Geotécnico Paulo Rogério e da empresa Vetiver Systems Engenharia e Meio Ambiente quando ministrou um curso, que além da parte teórica, foi visitada uma obra onde procedia-se controle de erosão, na qual foram aplicadas mais de 18 mil mudas do capim Vetiver.
CARACTERÍSTICAS DO VETIVER
Adaptação a todos os tipos de solos
Tem resistência e potencial de crescimento em solos pobres, contaminados, áreas alagadiças, etc.
Suporta em seu desenvolvimento pHs de 3 a 12 e resiste a temperaturas de 10ºC até +50ºC
Em situações de sinistros ( incêndios, alagamentos, soterramentos, etc. ) possui potencialidade para rebrotar
Não é uma planta invasiva, não possui sementes férteis, razão pela qual não se espalha, somente através do plantio de mudas
PRINCIPAIS APLICAÇÕES DO VETIVER
O Vetiver aplicado em taludes de corte e encostas provoca a estabilidade do solo superficial ao solo mais profundo e resistente, pois suas raízes podem chegar a 6 metros de profundidade. As raízes não se desenvolvem na horizontal, sempre na vertical, com isso atingindo o solo mais firme. Na superfície suas sebes perfiladas formam uma verdadeira e eficiente barreira, dissipando a força das enxurradas.
Pode ser aplicado em saneamento, pois é potencial despoluidor de águas, inclusive de esgoto doméstico e um agente recuperador de solos contaminados , até com metais pesados. Nitratos, fosfatos e outros poluentes são fixados por suas raízes e eliminados a posteriori através da transpiração das folhas. Pode chegar a 95% seu potencial de despoluição.
Na agricultura, sua aplicação é eficiente para proteção do solo contra processos erosivos. Tem potencial para reestruturar e revitalizar nutrientes através do remanejamento da água no subsolo.
É utilizado ainda pela indústria de perfumes, em artesanato, coberturas de quiosques, etc.
Especificamente nessa abordagem, vamos apresentar a utilização do Vetiver no ramo da engenharia civil e geotécnica, assim como também pode ter suas aplicações na arquitetura.
Sabemos que um dos principais problemas que ocorrem num país de dimensões continentais, como o Brasil, e que portanto possui milhares de quilômetros de estradas ( rodovias e ferrovias ) são os deslizamentos em taludes e encostas, ocorrências que se agravam quando das temporadas de chuvas.
O Sistema Vetiver foi pesquisado, testado e desenvolvido em todo o mundo tropical, tem sido aplicado na estabilização de taludes e encostas em diversas partes do mundo, e no Brasil começa a despertar interesse, não só pelas suas características apropriadas para essa finalidade, como também e principalmente pela questão ambiental, é um instrumento muito eficaz na bioengenharia.
Apesar de, tecnicamente ser considerado uma grama, o Vetiver quando utilizado na estabilização de solos se comporta como árvores ou arbustos de diligente crescimento, porém, suas raízes são, por unidade de área, mais resistentes e profundas que as raízes de árvores, além do que raízes de árvores se irradiam para a horizontal, enquanto que as raízes do Vetiver se desenvolvem no sentido de profundidade, formando retículas que vão fixando o maciço em seu entorno. No primeiro ano suas raízes podem atingir de 2 a 3,6 metros de profundidade.
Seu sistema de raízes quando consolidado, se agrega ao solo com um potencial de fixação que se torna dificultosa sua remoção. Para casos de necessidade de remoção de uma reticula de raízes já consolidada chega-se a ter que proceder uma escavação considerável em seu entorno.
O Vetiver é tão ou mais resistente que muitas espécies de madeira, suas raízes apresentam uma resistência à força de tração elevadíssima, o que favorece sua aplicação em despenhadeiros de encostas. Essas raízes apresentam uma força de tração média testada de cerca de 75 Mega Pascal (Mpa), que vem a ser equivalente a 1/6 do reforço do aço doce e um incremento de resistência ao cisalhamento de 39% a uma profundidade de 0,5m (75Mpa = 750Kg/cm2).
Suas raízes penetram em solos compactados e até em blocos de argilas duras dos solos tropicais, fixando-se como uma âncora.
Normalmente plantadas em conjunto, perfiladas, forma densas sebes que reduzem a velocidade de fluxo, disseminação e desvio da água de enxurrada, criando um filtro muito eficaz que controla a erosão. Com o fluxo diminuído, o processo de infiltração no solo é reduzido, evitando impacto prejudicial. Ainda como filtro, reduz a turbidez do escoamento superficial, quando propicia o desenvolvimento de novas raízes. O Vetiver tolera climas extremos e variações ambientais, inclusive seca prolongada, alagamento, inundação e extremos de temperaturas variando de -4ºC a 55ºC (7’ F 131’F) (Truong et al 1996).
O Vetiver cresce muito rapidamente após a seca, geada e outras condições adversas do solo.
Vetiver apresenta um elevado nível de tolerância a acidez do solo, salinidade, sodicidade e ácido, condições de sulfato ( Le van Du e Truong, 2003).
O emprego do Sistema Vetiver é recomendado por órgãos internacionais como a ONU, Conselho de Pesquisa dos EUA e órgãos nacionais como a Embrapa ( Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias ) e pelo DNIT ( Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes ), onde em sua “Norma Nº 074/2006-ES” recomenda a utilização do Sistema Vetiver no tratamento ambiental de taludes e encostas.
Vamos então acompanhar explanações sobre o Sistema Vetiver através de registros fotográficos executados tanto no Brasil como no exterior, assim como algumas ilustrações em desenho esquemático.
ESTABILIZAÇÃO DE TALUDE COM RETÍCULAS DE RAÍZES VETIVER
Nessa ilustração, podemos observar as retículas das raízes Vetiver crescendo verticalmente pelo solo instável e penetrando na camada de solo estável, com isso estabilizando a camada de solo instável
Procurando obter uma correlação com o Sistema Vetiver, fomos verificar um sistema utilizado pela Dersa Desenvolvimento Rodoviário S.A. utilizado na construção da pista ascendente da Rodovia dos Imigrantes na década de 70, em trecho de serra, logicamente onde predominam as encostas e taludes. O sistema, então inédito no Brasil, foi o Pali Rádice ( Estaca Raiz ), cujos primeiros modelos foram concebidos e aperfeiçoados naquela época pela Fondedile SpA – Nápoles – Itália.
Essa técnica consistia em através de retículos de Estacas Raiz ( Pali Rádice ) injetados no talude, em geral argilosos saturados, formar uma espécie de muro de arrimo no interior do maciço, estabilizando-o.
Vejamos na sequência a ilustração referente ao emprego de estacas raiz, técnica utilizada pela Dersa na construção da Rodovia dos Imigrantes.
ESTABILIZAÇÃO DE TALUDE COM RETÍCULAS DE ESTACA RAIZ ( PALI RADICE )
Se compararmos com o desenho anterior, veremos que o Sistema Vetiver possui o mesmo princípio da estabilização do solo que a estaca raiz, com a diferença que o Vetiver deve ter seu plantio em espaçamentos menores que os travamentos com estaca raiz, porém, é um sistema favorável ao meio ambiente, baixo custo, perene e contribui no quesito paisagístico. O emprego de um ou de outro, logicamente dependerá de vários fatores, sendo decisão de profissional especialista.
As raízes do capim Vetiver crescem de 2 a 6 metros em sentido vertical. As raizes do capim Vetiver crescem, se encorpam e se aprofundam de uma tal maneira fixadas no solo que se faz necessário uma escavação de porte para eventual remoção.
UM TRECHO ESTABILIZADO COM VETIVER E OUTRO SEM ESTABILIZAÇÃO
PLANTIO DE VETIVER PARA ESTABILIZAÇÃO DE ENCOSTA EM UMA FAZENDA ( PORTUGAL )
PLANTIO DE VETIVER PARA ESTABILIZAR TALUDE EM ESTRADA ( FILIPINAS )
VETIVER PLANTADO PARA CONTROLE DE EROSÃO ( CHINA )
VETIVER PLANTADO NO BORDO DOS ACOSTAMENTOS DE UMA ESTRADA ( EL SALVADOR )
VETIVER PLANTADO NO TALUDE DE UMA RODOVIA, SENDO UM SOLO MUITO ARENOSO, MUITO SOLTO ( CHILE )
OUTRO TRECHO DA MESMA RODOVIA ( CHILE ), NUMA REUNIÃO DE ENGENHEIROS E TÉCNICOS SOBRE A APLICAÇÃO DO VETIVER
UMA PROTEÇÃO DE TALUDE EM UMA USINA GEOTÉRMICA DE EL SALVADOR. EM ABRIL DE 1998, FORAM PLANTADOS 8.500 METROS LINEARES DE VETIVER. NA PARTE ORIENTAL DE EL SALVADOR SOFREU OS PIORES DANOS CAUSADOS PELO FURACÃO MITCH, E TODAS AS ÁREAS REVESTIDAS COM VETIVER PERMANECERAM INTACTAS APÓS A OCORRÊNCIA DO FURACÃO.
ESTABILIZAÇÃO DE TALUDE COM PLANTIO DE VETIVER ( ÁFRICA DO SUL )
ESTABILIZAÇÃO DE TALUDE EM RODOVIA COM PLANTIO DE VETIVER ( VIETNAM )
ESTABILIZAÇÃO DE TALUDE EM RODOVIA EM CONSTRUÇÃO COM PLANTIO DE VETIVER (CONGO)
EMPREGO DO VETIVER COMO PROTEÇÃO E ESTABILIZAÇÃO DOS TALUDES NAS CABECEIRAS DA PONTE, ATUANDO TAMBÉM COMO UM PREVENTIVO CONTRA EVENTUAL INUNDAÇÃO CAUSADORA DE IMPACTO NO MACIÇO ( CINGAPURA )
PLANTIO DE VETIVER EM TALUDE DE REPRESA ( AUSTRÁLIA )
ESTABILIZAÇÃO DE ENCOSTA DE UMA ESTRADA RURAL COM PLANTIO DO CAPIM VETIVER ( MADAGASCAR )
PLANTIO DE VETIVER PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES NA CONSTRUÇÃO DE UMA FERROVIA ( CHINA )
PLANTIO DE VETIVER PARA ESTABILIZAÇÃO DE UMA ENCOSTA MUITO ÍNGREME JUNTO A UMA OBRA DE ARTE DE FERROVIA ( BRASIL )
VETIVER APLICADO EM PROJETOS DE ARQUITETURA E PAISAGISMO
PLANTIO DE VETIVER PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDE
PLANTIO DE VETIVER COMO EFEITO PAISAGÍSTICO
PLANTIO DE VETIVER ATUANDO COMO ESTABILIZADOR DO PEQUENO TALUDE ASSIM COMO FUNCIONANDO COMO EFEITO PAISAGÍSTICO
VETIVER ESTABILIZANDO UM TALUDE DE INCLINAÇÃO ACENTUADA EM CONDOMÍNIO RESIDENCIAL
PLANTIO DE VETIVER EM TALUDE PARA SUA CONSOLIDAÇÃO E QUE FUNCIONARÁ TAMBÉM COMO EFEITO PAISAGÍSTICO
PLANTIO DE VETIVER PARA CONSOLIDAÇÃO DE TALUDES E PREVENÇÃO CONTRA DESLIZAMENTO SOBRE EDIFICAÇÕES
PLANTIO DE VETIVER EM PARQUE URBANO ( PORTUGAL )
PLANTIO DE VETIVER COMO EFEITO ORNAMENTAL EM SHOPPING ( AUSTRÁLIA )
DIVULGAÇÃO INTERNACIONAL DO SISTEMA VETIVER
DIVULGAÇÃO NO BRASIL
VÍDEOS
( Clique sobre a imagem para assistir )
Plantio do Vetiver para estabilização de talude a 45º, observando-se a simplicidade do procedimento, parcos recursos necessários de equipamentos e mão de obra especializada, o que atribui ao sistema de estabilização um custo muito baixo, sem contar a eficácia da estabilização e sua contribuição ao meio ambiente.
Explanação do Dr. Paul Truong sobre a utilização do Sistema Vetiver no controle de erosão progressiva e estabilização de encostas e taludes ( vídeo original em inglês, ativar a tradução legendada no mesmo)
O Sistema Vetiver aplicado em obras de saneamento
SISTEMA VETIVER NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE ÁGUA E TERRA CONTAMINADA
Paul Truong TVNI Diretor responsável na Ásia e Sul do Pacifico, Diretor Gerente da Veticon Consulting Brisbane 4069, Austrália.
Email: p.truong@veticon.com.au
O Sistema Vetiver (SV) baseado nas aplicações da Grama Vetiver ( Chrysopogon zizanioides,robert L.) tem sido pesquisado e desenvolvido pelo The Vetiver Network International (TVNI) como uma ferramenta de proteção ambiental. O uso do SV na proteção ambiental e uma nova tecnologia em fitorremediação. O SV tem sido usado em mais de 100 países tropicais e subtropicais na Austrália, Ásia, África e na América Latina no tratamento e disposição das aguas poluídas, rejeitos de mineração e terras contaminadas devido a sua eficiência e baixo custo nos métodos naturais de proteção ambiental. Enorme Pesquisa e Desenvolvimento na Austrália, China e Tailândia por mais de 20 anos indicam que a Grama Vetiver não é invasiva e tem alta absorção de agua e nutriente e vive no tipo mais adverso de solo e condições climáticas. A Grama Vetiver é tolerante a elevados e até tóxicos níveis de salinidade, acidez, sodicidade, assim como no campo total de metais pesados e agroquímicos. A última pesquisa também mostra a sua excepcional habilidade em absorver e tolerar níveis extremos de nutrientes, capaz de consumir grandes quantidades de agua em condições úmidas e produzir um crescimento notável. Trata se de uma tecnologia de agua servida, porém amiga do meio ambiente e do verde e também um meio de reciclagem natural. Seu produto final tem muitos usos incluindo forragem para animais, artesanato e material para fazenda orgânica. Devido as suas extraordinárias características morfológicas e fisiológicas, a grama vetiver tem sido usada com muito sucesso na reabilitação de rejeitos de minas de carvão, chumbo, zinco, cobre, bentonita, bauxita e também na fitorremediação de terra altamente contaminada e em rejeitos sólidos de industrias na Austrália, Chile, China, África do Sul, Tailândia e Venezuela. Esse trabalho revê e atualiza as recentes pesquisas e desenvolvimentos e aplicações do Sistema Vetiver na prevenção e tratamento de agua e solo contaminados. Palavras chaves: Grama Vetiver, lixivia, efluente, rejeitos de mineração, terra contaminada, metais pesados
O Sistema Vetiver (SV), que está baseado na aplicação da Grama Vetiver (Chrysopogon zizanioides,robert L.) foi desenvolvido primeiramente pelo Banco Mundial na conservação do solo e agua na Índia nos anos de 1980. Além de sua importante aplicação em terras agrícolas, as pesquisas cientificas nos últimos 20 anos mostram claramente que o SV também e um dos mais eficientes e de baixo custo dos métodos de proteção ambiental existentes no mundo. Resultando disso que o SV esta sendo usado cada vez mais mundialmente nessa finalidade. Por isso que é igualmente chamada a Grama Maravilhosa, a Grama Milagrosa, ou ate Grama Magica em muitas partes do mundo. As quatro aplicações do SV são: Proteção Ambiental por: Prevenção, Tratamento de Agua Servida, Reabilitação e Tratamento de Terra Contaminada, Estabilização de Taludes Íngremes, em terras secas e em margens de rios. Conservação do solo e da agua em Terras Agrícolas. Esse trabalho refere se somente com os temas relativos a proteção ambiental.
PREVENCAO,TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO DE AGUAS CONTAMINADAS (Truong et al, 2008)
O Sistema Vetiver está atualmente bem aceito e usado mundialmente em numerosas aplicações. Entre essas, as aplicações na proteção ambiental são as mais populares devido a sua eficiência, simplicidade e baixo custo. A pesquisa anterior levou a compreensão do papel dos atributos extraordinários fisiológicos e morfológicos da Grama Vetiver na conservação do solo e da agua e descobriu se que a mesma também possui atributos únicos altamente adequados para o tratamento de agua poluída e servida tanto de indústria como de descargas domesticas e também em terras contaminadas de industrias e minerações. O SV pode reduzir o volume de saída de agua servida indesejável através do controle da percolação, irrigação de terras e terrenos alagados. Aplicações com sucesso são as do tratamento de
efluente de esgoto doméstico e municipal e lixiviados de aterro, detritos industriais recicláveis e sua disposição, percolação industrial e em mineração
O SV pode melhorar a qualidade da agua servida por: segurar detritos, sedimentos e partículas e absorvendo poluentes tais como os nutrientes e metais pesados, desintoxicação de agroquímicos em terras úmidas. Aplicações bem sucedidas estão na qualidade da agua servida de: movimentação da agua em terras agrícolas e movimentação da agua em área urbana. O SV pode reduzir o impacto da poluição causada por terras contaminadas por industrias e minerações pela reabilitação e fitorremediação e movimentação da agua em terreno industrial e mineração. O SV está sendo usado em mais de 100 países de clima tropical e subtropical na prevenção e tratamento de agua poluída e terra contaminada. Pesquisas extensas na Austrália, China e Tailândia e noutros países mostram que a grama vetiver possui características apropriadas para a finalidade da proteção ambiental (Truong 2004). Por exemplo, tolerância a níveis elevados e ate tóxicos de salinidade, acidez, alcalinidade, sodicidade bem como um amplo campo de variação em metais pesados e agroquímicos. A ultima pesquisa também mostra sua excepcional habilidade de absorver e tolerar níveis extremos de nutrientes (Wagner et al,2003), de consumir grandes quantidades de agua no processo de produção de um crescimento notável, mais de 100 ton/ha de biomassa (Truong and Smeal,2003). Tais atributos indicam que a Vetiver e altamente adequada tanto para o tratamento de dejetos poluídos de industrias como de efluentes domésticos.
Redução ou Disposição da Agua Servida. Na redução em grande escala ou total saída de aguas servidas, os métodos vegetativos são os únicos possíveis e praticáveis até então. No passado, arvores e várias espécies de pastagens foram usadas para a controle da agua servida na Austrália, porem recentemente, a grama Vetiver tem sido usada por ser mais eficiente que arvores e pastagens na solução do tratamento de lixiviação de aterros, efluentes domésticos e industriais. Para quantificar a agua usada na Vetiver, uma caixa de vidro para a experiência foi usada e mostrou boa correlação entre a agua utilizada e a matéria seca originada. Dessa correlação está estimado que para 1 kg de biomassa seca de brotos, a Vetiver usaria 6.86 L/dia. Se a biomassa da vetiver de 12 semanas, no pico de seu ciclo de crescimento foi de 40.7 t/ha, um hectare de vetiver potencialmente usaria 279 KL/há/dia (Truong and Smeal, 2003)
Maior capacidade de absorção de N e P do que outras plantas. PHOSPHORUS UPTAKE NITROGEN UPTAKE P kg/ha/year 160 140 120 100 80 60 40 20 0 Vetiver Dryland 149 Rhodes Grass 90 90 Kikuyu Grass Forage Sorghum 70 70 Rye grass Eucalyptus 15 N kg/ha/year 1200 1000 800 600 400 200 0 Vetiver Dryland 1,140 Rhodes Grass 600 Kikuyu Grass 500 Forage Sorghum 360 Rye grass 250 Eucalyptus 90 Plant Species Plant Species 2.1.1. Controle do efluente de esgoto doméstico. A primeira aplicação do SV para esgoto doméstico foi feita na Austrália em 1996, e experimentos subsequentes demonstraram que plantando 100 plantas vetiver numa área menor do que 50 metros quadrados conseguiu se secar completamente a descarga efluente de um vaso sanitário num parque, onde outras plantas como as gramas e arvores de crescimento rápido e cultura s como as de cana de açúcar e bananas falharam ( Truong and Hart,2001).
Controle de Detritos Industriais O Controle de detritos industriais esta sujeito à severas normas ambientais exigidas pela Autoridade de Proteção Ambiental ( Environmental Protection Authority). O método mais econômico de tratamento de dejetos industriais e por irrigação da terra, que presentemente se baseia em safras agrícolas e plantas florestais. Todavia com área limitada de terra disponível para irrigação, tais plantas não são suficientemente efetivas para disposição sustentável de todos os efluentes produzidos pelas industrias. Portanto para atender os novos padrões, a maioria das industrias estão sob forte pressão para melhorar seus processos de tratamento usando o SV como meio sustentável de tratamento do rejeito de agua usada ( Smeal et al,2003)
Controle de lixiviação de Aterro. O Controle de lixiviação em aterro é da maior preocupação em todas as grandes cidades, porque os lixiviados são frequentemente contaminados com metais pesados, poluentes orgânicos e inorgânicos. Na Austrália, China, México, Tailândia e USA esse problema pode ser resolvido pela irrigação da Vetiver que está plantada no topo do aterro e a parede de retenção da barragem tendo o lixiviado sido coletado no fundo do deposito.
Caso estudado na Austrália: A disposição de lixiviados em aterros é uma grande preocupação em todas as grandes cidades, pois o lixiviado frequentemente está altamente contaminado com metais pesados e poluentes orgânicos e inorgânicos. Na Austrália e China esse problema tem sido resolvido com a irrigação da planta vetiver plantada no topo do aterro sendo que a parede da barragem de retenção terá o lixiviado coletável no fundo dos depósitos. Os resultados até o momento são excelentes, e o crescimento foi tão vigoroso que durante o período de seca, havia suficiente lixiviado para irrigar o Vetiver. Uma plantação de 3.5 há eficientemente usou 4 ML por mês no verão e 2 ML por mês no inverno (Percy and Truong,2005)
Estudo de Caso nos USA e México: A utilização no local de aterro de lixiviados usando sistemas de fitorremediação está transformando a maneira que a indústria de lixo controla o dejeto liquido gerado. Essa mudança não somente substitui o antigo processo. Carregue, Leve e Descarregue onde a tecnologia já é conhecida, mas representa uma verdadeira solução Verde, de carbono negativo e sustentável usando arvores e gramas. Além disso, a solução economiza milhões de dólares em cada local onde for incorporada.
Leggette,brashears & Graham,Inc (LBG) em parceria com Republic Services, Inc tem um numero de projetos bem sucedidos de fitorremediacao. USA: Biloxi, MS : O Republic Gulf Pines teve seu aterro como o primeiro de seu tipo em projeto no Hemisfério Ocidental, quando a grama Vetiver foi usada na fitorremediacao do lixiviado nesse local do Golfo. Três acres de Vetiver foram plantados no topo desse pré-aterro para processar aproximadamente três milhões de galões de lixiviados por ano. O custo da saída de lixiviado por galão ficou de $0.13 para menos de $ 0.015 por galão.(menos de 10% do custo ). O projeto vai economizar $8 milhões de dólares num período padrão típico comparado com os métodos tradicionais de disposições fora do local.
Esse projeto foi recentemente premiado honrosamente com o prêmio nacional Grand Prize vencedor no American Academy of Environmental Engineers National Engineering Excellence Competition. Prêmio vencedor na Academia Americana de Engenheiros Ambientalistas, Competição de Excelência na Engenharia Nacional Americana.
Mexico: Leon,Poza Rica e Villahermosa Os três primeiros projetos dessa natureza na América Latina usando a grama vetiver na fitorremediação de aterro lixiviado estão sendo feitos pela maior companhia de lixo do México, a Promotora Ambiental SAB de CV(PASA) e cada um traz numerosos desafios específicos de cada lugar. O aterro de Leon e uma usina adquirida recentemente com necessidade de inúmeros melhoramentos que ficaram sem ser realizados pelo proprietário anterior. Um problema enorme e o gerenciamento da pesada e domestica lixivia industrial formada e gerada nessa usina. Além dos 25.000 galões de lixivia produzidos diariamente, um adicional de 15 milhões de galões estão correntemente armazenados em lagoas à espera de tratamento. O proprietário está sob grande pressão política para deixar o aterro dentro de padrões aceitáveis. O uso do SV na fitorremediação para resolver tais problemas tem aliviado a pressão e um passo significativo para acabar solucionando todo o local com grande sucesso. A usina de Poza Rica inclui o uso da vetiver para 3 propósitos : Estabilização de taludes altamente erodiveis e muito íngremes, utilização no local da lixivia fresca, e controle de saídas inesperadas de lixivia.
Villahermoza e similar a Poza Rica, todavia o projeto e operação dum sistema eficiente ficou mais complicado devido as extremas chuvas nessa usina, pois a mesma fica localizada próxima a costa sul do Golfo do México.
Tendência Futura Eficiente no Custo: Os resultados das aplicações nos USA nos últimos anos, indicam que devido ao custo crescente da disposição convencional dos lixiviados, custos de transporte e lançamento, a fitorremediação usando o SV e a escolha mais obvia para superar o custo cada vez maior, portanto o futuro da tendência e cada vez mais a aplicação do SV na fitorremediação.
7 Modelagem: A modelagem por computador e comum e muito usada para determinar a área necessária para a aplicação do SV em larga escala no tratamento de agua servida. Os parâmetros necessários de entrada para o processo de modelagem incluem dados de clima a longo prazo e com precisão, tipo de solo, profundidade do solo, nível do lençol freático e valor preciso da quantidade e qualidade do input de agua servida (truong e Truong,2011). Até o presente nenhum modelo está disponível para tratamento de pequenos volumes, pois esses parâmetros não são disponíveis e são até indisponíveis. Um trabalho apresentado nessa Conferencia Computer Model for Treatment of Small Volume Wastewater mostrara um método mais preciso da determinação da área de terra necessária para essa aplicação baseado no conhecimento mais recente bem como na experiência acumulada com o SV.
TRATAMENTO E REABILITACAO DE TERRAS CONTAMINADAS
Em termos de proteção ambiental, o mais significante e sensacional nos últimos 20 anos são primeiramente a pesquisa que tem o marco chave de níveis de tolerância da vetiver em condições adversas de solo e em seguida sua tolerância ao efeito toxico de metais pesados. Isso tem mostrado um novo campo de aplicação para a reabilitação de terras toxicas e contaminadas. 3.1 Reabilitação de Minas e Fito-remediação Com as características morfológicas e fisiológicas extraordinárias da grama vetiver ela tem sido usada com muito sucesso na estabilização de taludes íngremes e na fito-remediação de rejeitos de minas na Austrália e em outros países (Truong 2004). Na Austrália, o SV é usado com sucesso para tratamento de rejeitos de carvão bem como a reabilitação dos mesmos e rejeitos de minas de ouro antigas e recentes (Truong 2004).
Na China, o SV tem sido usado com sucesso para tratar os rejeitos de minas devido a alta tolerância ao metal, e ainda mais, essa grama pode também ser usada para a fito-remediação devido a sua grande biomassa. Recente pesquisa sugere que a vetiver também tem alta tolerância a drenagem de minas acidas (AMD) de uma mina de Pb/Zn e terras alagadas plantadas com essa grama pode ajustar eficientemente o ph e remover SO 4, Cu,Cd,Pb,Zn e Mn das AMD.(Shu,2003 e Xia et al, 2003).
Na África do Sul, Roley Nolfke, CEO da empresa Hydromulch, de Johannesburgo, Republica da África do Sul, apresentou um trabalho chave nessa Conferencia Projetos de Minas e sua Reabilitação na África do Sul e nas Ilhas Índias Ocidentais. Numerosos projetos na República Democrática do Congo, Etiópia, Brazzaville Congo, Guiné, Gabão, Madagascar e África do Sul foram reabilitados com sucesso usando a Vetiver/Sistema de Hidrosemeadura e está agora ampliado para comunidades locais em zonas rurais na reabilitação e aproveitamento da terra sustentável. Inclusive uma breve vista geral dos projetos refletindo os grandes progressos que foram adquiridos no controle dos sedimentos e da erosão, na bioengenharia e na restauração da vegetação e da participação geral da comunidade são mencionados.
Na Tailândia, Chomchalow, 2006 relata que a Vetiver poderá crescer bem em rejeitos de minas de chumbo.
A aplicação de composto ou fertilizante químico resultou em melhor crescimento em altura e peso seco do que sem o uso de fertilizantes, mas não aumentou a concentração de chumbo nas plantas Vetiver. A maior concentração ficou na raiz e não nos brotos.
VANTAGENS DA APLICACAO DO SISTEMA VETIVER
Simplicidade. A aplicação do Sistema Vetiver e bem simples se comparada com outros métodos convencionais. Além de um projeto inicial apropriado, requer apenas preparação padronizada para plantação e controle de pragas na fase de estabelecimento das plantas vetiver.
Custo Baixo. A aplicação do Sistema Vetiver em tratamento de agua servida custa uma fração do custo através de métodos convencionais tais como métodos químicos ou mecânicos. A maior parte do custo está nas mudas de Vetiver, com pequenas quantias de fertilizantes, herbicidas e mão de obra.
Manutenção Mínima. Quando estabelecido apropriadamente, o Sistema Vetiver (SV) praticamente não requer nenhuma manutenção no seu funcionamento. Com a colheita sendo feita duas ou três vezes ao ano para exportar nutrientes e remover crescimento maior para outras finalidades é tudo que precisa de ser feito. Daí esse agudo contraste com outros meios que necessitam constante despesa de manutenção e operador experiente, geralmente um engenheiro, para ser operado eficientemente.
Agradecimentos:
Agradeço ao Eng. Paulo R. Rogerio a tradução do idioma inglês para o idioma português e vice versa.
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Aparenta ser muito eficaz, entretanto, no Brasil acredito que poucos utilizarão, é como por exemplo a contenção com sacos de solo-cimento, menor custo, é eficaz ( logicamente para quando o problema aceita ), porém, ninguém quer saber de utilizar.
Vocês viram o vídeo 1? Somente dois operários trabalhando, sem nenhum equipamento de porte. De onde vai sair a propina para o fiscal?
Gostei da opção para utilização em projetos de arquitetura e paisagismo.
Os estudos e a prática mostram os efeitos benéficos da cobertura vegetal sobre os taludes, acredito que as características da Vetiver possam atribuir maior capacidade de estabilização do solo, logicamente partindo do pressuposto que cada caso é um caso.
Um sistema interessante principalmente para aplicação em engenharia de estradas, onde normalmente aparecem problemas relacionados com escorregamentos de taludes e encostas, processos erosivos, etc.