…. ( Série Artigos Técnicos ) …. MATERIAL DE 1ª, 2ª E 3ª CATEGORIAS

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Quando se vai orçar uma escavação, é necessário saber que tipo de material será escavado. O custo do metro cúbico de escavação depende diretamente do grau de compacidade do material, pois quanto mais fácil for a atividade de remoção, mais barato será o custo da escavação.

É intuitivo perceber que escavar solo é mais fácil — e barato — do que escavar um terreno compacto e duro, e escavar rocha é mais caro ainda.

Para evitar trabalhar com conceitos muito subjetivos, convenciona-se classificar o material escavado em três categorias: 1ª categoria, 2ª categoria e 3ª categoria.

As planilhas das obras geralmente subdividem a escavação nessas três categorias, separando seus volumes e contendo preços distintos para cada categoria separadamente.

MATERIAL  DE  1ª  CATEGORIA

Compreende os solos em geral, residuais ou sedimentares, seixos rolados ou não, com diâmetro máximo e inferior a 0,15 m, qualquer que seja o teor de umidade apresentado. O processo de extração é compatível com a utilização de “dozer” (trator de esteira) e “scraper” rebocado ou motorizado.

Em geral, o material de 1ª categoria é escavado por tratores escavo-transportadores de pneus, empurrados por tratores esteiras de peso compatível ou por escavadeiras hidráulicas. Sua escavação não exige o emprego de explosivo.

MATERIAL  DE  2ª  CATEGORIA

Compreende os de resistência ao desmonte mecânico inferior à da rocha não alterada, cuja extração se processe por combinação de métodos que obriguem a utilização do maior equipamento de escarificação exigido contratualmente; a extração eventualmente poderá envolver o uso de explosivos ou processo manual adequado.

Estão incluídos nesta categoria os blocos de rocha de volume inferior a 2 m³ e os matacões ou pedras de diâmetro médio compreendido entre 0,15 m e 1,00 m.

São de 2ª categoria os solos sedimentares em processo adiantado de rochificação e as rochas em processo adiantado de deterioração.

MATERIAL  DE  3ª  CATEGORIA

Compreende os materiais com resistência ao desmonte mecânico equivalente à rocha não alterada, e blocos de rocha com diâmetro médio superior a 1,00 m, ou de volume igual ou superior a 2 m³, cuja extração e redução, a fim de possibilitar o carregamento, se processem com o emprego contínuo de explosivos.

Simplificadamente:

Embora seja fácil teorizar as categorias, a classificação do material de escavação não é tarefa das mais fáceis no campo, pois frequentemente ocorrem duas ou até três categorias num mesmo corte, com horizontes que não são muito bem definidos.

O material de 2ª categoria, por ter um caráter intermediário, é o de classificação mais difícil e o que mais suscita conflito entre construtor e fiscal na obra. A controvérsia surge quando o construtor quer medir um volume de 2ª categoria maior do que de 1ª, enquanto o fiscal quer justamente o oposto.

Das definições que demos acima, nota-se que nem sempre a utilização de explosivo caracteriza um material de 3ª categoria. É preciso que haja um emprego contínuo de explosivos.

Da mesma forma, a ocorrência de matacões requer a aferição, ainda que visual, de sua dimensão para fins de classificação em 1ª ou 2ª categoria.

Minha dica para quem vai trabalhar em obra com muita escavação é convencionar o que se entende por 1ª, 2ª e 3ª categorias por meio de fotos tiradas na própria obra. Fotos de valas abertas e grandes cortes verticais ajudam construtor e fiscal a definir critérios de separação de horizontes e facilitam a classificação e a medição.

Uma piadinha (bem infame, por sinal). Pedro Álvares Cabral era empreiteiro e estava a caminho das Índias para fazer negócios quando descobriu o Brasil. Ao ouvir lá do alto do mastro o grito de “terra à vista”, ele logo rebateu: “Não é terra, não; é material de 2ª”! 

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3 comentários

  1. CONCORDO, UM BOM ARTIGO NÃO SÓ PARA QUEM EXECUTA A OBRA MAS TAMBÉM PARA O PROJETISTA, O ORÇAMENTISTA, ETC.

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