….( Série Histórias e Lendas )…. A ENGENHARIA ESTRATÉGICA DE LULA

 Tecº José Luiz Mendes Gomes 

Os engenheiros de hoje, regra geral não encontram problema de desemprego ou de serviços nessa “terra brasilis”, não conheceram um recente período de infortúnio para a área tecnológica e construtiva. Hoje, programas do Governo Federal como PAC, Minha Casa Minha Vida e o sucesso da economia baniram completamente aqueles tempos de incertezas.

Foi nessa época de triste memória para os profissionais da área tecnológica e construtiva que conheci o engenheiro Alemar, que tempos depois vim a saber que esse nome incomum era a união das três primeiras letras do nome do pai, Alexandre com as três primeiras letras do nome da mãe, Mariana. Era um engenheiro do tipo “pau prá toda obra”, projetava, fiscalizava a obra, supervisionava a topografia, enfim, “batia o escanteio e corria desesperado para tentar ele mesmo marcar o gol”… e… ganhava somente o piso salarial… Ah, tinha também direito à folgas aos domingos, quando o dono da construtora não precisava de seus serviços. A história de Alemar me fez lembrar de uma outra ocorrida no glorioso Santos Futebol Clube, conhecida por alguns torcedores da época áurea de Lula, Pelé e outros craques.

Conta-se que certa vez, aquele timaço, raríssimas vezes superado, cujo portfólio de conquistas era tão extenso que não seria de bom alvitre listá-lo aqui, em jogos da final de um certo campeonato eis que em certa partida, a máquina de dar espetáculo e fazer gols dá sinais de um iminente fracasso. E pior, o time adversário não tinha tanta expressão assim. E o tempo passa e o placar teima em não sair do zero a zero. Perder aquele jogo resultaria na perda de pontos preciosos para a conquista de mais um campeonato, seria um desastre. Lula, o famoso comandante santista andava de um lado para o outro, coçava a cabeça, a aflição aflorava em sua face.

_ O tempo paaassa – narrava Fiori Gigliotti…

Realmente, faltavam nada mais, nada menos, que suplicantes quinze minutos para o derradeiro desastre. Nessa época áurea, apesar do sucesso de Lula no comando da equipe, também havia a “famigerada intriga da oposição”, que começou a duvidar de sua competência em não deixar o fracasso insurgir. Bastou que Lula pronunciasse uma frase:

_ Calma, pessoal, isso é apenas “uma marolinha”…

E assim dizendo, com o raciocínio espacial e lógico de um engenheiro, visualizou com seus olhos de lince as quatros linhas que delimitavam o retângulo gramado, identificou cada atleta em suas respectivas posições e tomou uma sábia atitude, uma verdadeira engenharia estratégica, olhou para o banco de reservas e chamou o atacante Pitico:

_ Pitico, vem cá! Vai se aquecendo enquanto te dou as instruções… Tá vendo o Pelé? Ele ta ficando isolado lá na frente, chega lá e encosta nele, vamos criar mais opção de ataque…

_ Falou, seu Lula… ( e Pitico se aquecendo ali mesmo )

_ Tem mais, você tá vendo nosso meio-de-campo? Completamente anulado, tá um bagaço só! Faz o seguinte, quando o domínio da bola for nosso você volta para ajudar na armação…

_ Certinho, seu Lula… ( e Pitico se aquecendo ali mesmo )

_ Vai, se apresenta para entrar – dá um tapinha nas costas de Pitico que corre para pedir a entrada, mas Lula chama de novo.

_ Pitico, só mais uma coisa, volta aqui! Veja bem, o ponta-esquerda deles já detonou o Carlos Alberto de tanto fazer ele correr, o Carlão tá com a língua de fora. Faz o seguinte, quando eles saírem com domínio da bola, você cai ali pela direita e fecha o flanco, tem alguma dúvida?

_ Só uma, seu Lula! Se o senhor acredita que eu posso mesmo dar conta de tudo isso, porque é que eu ganho só dez salários mínimos por mês?

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