Impermeabilizar é o ato de isolar e proteger os materiais de uma edificação da passagem indesejável de líquidos e vapores, mantendo assim as condições de habitabilidade da construção. É uma técnica que consiste na aplicação de produtos específicos com o objetivo de proteger as diversas áreas de um imóvel contra ação de águas que podem ser de chuva, de lavagem, de banhos ou de outras origens.
A falta ou uso inadequado da impermeabilização compromete a durabilidade da edificação, causando prejuízos financeiros e danos à saúde. Água infiltrada nas superfícies e estruturas afeta o concreto, sua ferragem, as alvenarias. O ambiente fica insalubre (umidade, fungos e mofo), diminuindo a vida útil da edificação, sem falar no desgaste físico e emocional do proprietário ou usuário que sofre com a má qualidade de vida causada pelos problemas existentes no imóvel.
Como em qualquer atividade humana que envolve canalização de recursos financeiros, temos que analisar a chamada “relação custo/benefício”. Em impermeabilização não é diferente. Se analisarmos o custo de uma boa impermeabilização, veremos que ele varia de 1% a 3% em média do custo total da obra. Se os serviços forem executados apenas depois de serem constatados problemas com infiltrações na edificação já pronta, o custo com a impermeabilização ultrapassa em muito este percentual. Refazer o processo de impermeabilização pode gerar um acréscimo de 10% a 15% em média do valor final.
Devido aos altos índices de manifestações patológicas que vêm ocorrendo nas edificações, busca-se cada vez mais, a garantia e o controle da qualidade em todo o processo construtivo.
Desta forma, a qualidade final do produto depende da qualidade do processo, da interação entre as fases do processo produtivo e da intensa retro-alimentação de informações, que proporcionam a melhoria contínua. O projetista deve dispor dos projetos de arquitetura e demais projetos complementares que tenham interface com a Impermeabilização.
É importante termos um projeto em total conformidade com os aspectos Normativos (ABNT) e de qualidade, a exemplo dos projetos de instalações hidráulica e elétrica, um projeto de construção civil deve contemplar, também, um Projeto de Impermeabilização.
A NBR 9575 – 2003 estabelece o seguinte:
Item 3 – 78 definições
Item 4 – classificação dos tipos (Rígido e Flexível)
Item 4,2 – tipos de substratosItem 4.3 – os serviços auxiliares e complementares
Item 5.1 – os tipos de impermeabilização contra água de percolação
Item 5.2 – os tipos de impermeabilização contra água de condensação
Item 5.3 – os tipos de impermeabilização contra umidade de solo
Item 5.4 – os tipos de impermeabilização contra fluidos que atuam sob pressão unilateral ou bilateral
Item 6 – Projeto, onde a elaboração e responsabilidade técnica é exigida para o projeto de arquitetura, conforme definido na NBR 13352 – Elaboração de projetos de edificações – Arquitetura – procedimentos , sendo necessário obedecer de forma integral o disposto na NBR 9575-2003
O projetista de impermeabilização deve analisar os projetos básicos da obra procurando evidenciar as áreas que necessitam de impermeabilização, avaliar os tipos de estruturas entre outros aspectos, iniciando o estudo dos sistemas adequados para cada situação;
Projetos e Informações Complementares :
_ Projeto de Arquitetura;
_ Projeto Estrutural;
_ Projeto Inst. Elétricas e Hidráulicas;
_ Existência de pressão negativa;
_ Acomodação do terreno;
_ Variação de temperatura; etc.
Os tipos de Impermeabilização podem ser divididos em:
– pré-fabricados (manta asfáltica) possuem espessuras definidas e controladas pelo processo industrial.
– moldado no local que pode ser aplicado à quente (asfaltos em bloco), ou aplicados a frio (emulsões e soluções).
– rígido (argamassas poliméricas) conferem à superfície impermeabilização e proteção mecânica. Interferências no Projeto
Em uma obra comercial, industrial ou residencial, a impermeabilização também deve ter um projeto específico, um projeto que detalhe os produtos e a forma de execução das técnicas de aplicação dos sistemas ideais de impermeabilização para cada caso.
A escolha do sistema indicado depende de cada tipo de estrutura sobre a qual se queira impermeabilizar. Sendo assim, a definição leva em consideração se a estrutura está sujeita ou não a movimentação. Por exemplo: as lajes de grande superfície expostas à luz solar e intenso resfriamento no período noturno apresentam grande movimentação, face aos movimentos de dilatação (dia) e retração (noite). Tais estruturas exigem, para efeito de impermeabilização, produtos com características Flexíveis.
Impermeabilizar não é só aplicar produtos químicos, visa obter 100% de estanqueidade.
Para isso devemos observar as seguintes fases:
_ Projeto de Impermeabilização;
_ Materiais Impermeabilizantes;
_ Mão de obra de aplicação;
_ Qualidade da construção;
_ Fiscalização;
_ Orientação aos usuários
Composição do Projeto
_ Memorial descritivo;
_ Plantas com detalhes específicos ;
_ Especificação e localização dos materiais a serem utilizados;
_ Definição dos serviços a serem realizados;
_ Planilha quantitativa de serviços e materiais aplicados;
_ Estimativa de custos dos serviços descritos.
Um dos fatores de prováveis vazamentos em edificações decorre da ausência de Projeto de Impermeabilização, ocasionando os seguintes problemas:
_ Re-trabalhos de instalações hidráulicas;
_ Enchimentos desnecessários;
_ Mudança no dimensionamento final dos acabamentos;
_ Manutenções e reparos futuros.
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Observação importantíssima no artigo: “Impermeabilizar não é só aplicar produtos químicos”.
Excelente artigo, basta seguir os conceitos explanados que certamente serão evitadas as patologias.
Artigo importantíssimo, precisamos mais disseminação de artigos técnicos relevantes como esse, parabéns à autora e ao Portal Poenarco!