UMA DAS MAIORES OBRAS DE ENGENHARIA DO MUNDO
AS DIVERSAS FASES DA CONSTRUÇÃO
Muitos navegadores, ao longo da história, tentaram uma passagem entre os Oceanos Atlântico e Pacífico. Em 1520, o português Fernão de Magalhães descobriu um estreito que permitia essa passagem, ficando conhecido como Estreito de Magalhães, porém, a travessia era uma viagem muito longa, demandando meses e com grandes riscos para a navegação. Essas contrariedades levou a que se cogitassem a empreender uma obra de abertura de um canal que ligasse os dois oceanos.
A primeira tentativa que se tem conhecimento ocorreu em 1523, e o projeto contemplava a construção de uma ferrovia que transportaria as embarcações de um oceano para outro. Não teve sucesso. Essa tentativa foi empreendida no reinado de Carlos V, da Espanha.
Em 1878, uma tentativa francesa, através do construtor do Canal de Suez, o francês Ferdinand de Lesseps obteve uma concessão do governo colombiano, autorizando sua empresa a iniciar as obras de construção do canal em seu território.
O projeto contemplava a abertura do canal ao nível do mar, porém, os engenheiros não conseguiram uma solução prática para o problema do curso do rio Charges, que atravessava em diversos pontos o traçado do canal, sem contar que haveria ainda a necessidade da completa drenagem desse rio, um verdadeiro desafio para a engenharia da época.
As obras tiveram seu início em 1880, baseando-se na experiência adquirida na construção do Canal de Suez, porém, interferências como diferenças de tipo de terreno, relevo e clima figuravam como desafios consideráveis. Era uma diferença considerável escavar areia numa área seca e plana, como no Canal de Suez, e remover mostruosos volumes no meio de uma floresta tropical. O projeto foi praticamente inviabilizado ante a pluviometria da região, causando chuvas torrenciais, enchentes, desmoronamentos e em consequência, altíssimas taxas de mortalidade de trabalhadores devido a doenças tropicais ( malária e febre amarela ). Em 1885, o projeto inicial foi alterado, passando a considerar uma comporta, porém, após quatro anos de investimentos e muito trabalho, a empresa faliu.
O presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt ficou convencido que seu país poderia terminar o projeto, e entre tratativas com a Colômbia e principalmente interesses militares e econômicos em jogo, no início de 1903 os dois países assinaram o acordo.
O primeiro engenheiro-chefe do projeto sentiu as atividades prejudicadas pelas doenças e pela desorganização, sem condições de trabalho, ao final de um ano, demitiu-se.
O segundo engenheiro-chefe alterou o projeto original, optou pela construção do canal com eclusas, o que permitiria controlar o curso do rio Charges, entretanto, haveria necessidade de um gigantesco movimento de terras para um aterro de imensa dimensão, formando uma barragem em Gatun. Esse lago artificial, além de controlar o curso do rio, forneceria água e energia elétrica para a operação das eclusas, assim como o fornecimento da água para a via navegável.
Nessa gestão, o engenheiro conseguiu viabilizar a maior parte da infraestrutura necessária às obras, incluindo a construção de casas para os trabalhadores, a reconstrução da ferrovia do Panamá que se destinava ao transporte de cargas pesadas e um eficiente método de remoção de entulho decorrente do desmonte de rochas pela ferrovia. Tudo isso foi possível graças a erradicação das doenças causadas pelos mosquitos e medidas sanitárias implementadas, entretanto, em 1907, solicitou demissão.
O terceiro e último engenheiro-chefe dividiu os trabalhos de engenharia entre a construção de represas, de eclusas e de lagos em ambos os lados e o grande trabalho de escavação.
FOTOS DA CONSTRUÇÃO
Realmente uma obra genial essa do Canal do Panamá, tanto pelo seu porte como pela finalidade projetada.