A HISTÓRIA DO “ELEFANTE BRANCO” DA VIA ANCHIETA
( José Luiz Mendes Gomes )
O que vem a ser um viaduto? Ou uma ponte? No dicionário Houaiss temos que:
Viaduto: Via ou espécie de ponte apoiada em grandes arcos geralmente de concreto ou aço, construída para transpor vales ou outras grandes depressões de terreno, ou para sobrepor-se à uma outra via ( rodovia ou ferrovia )
Ponte: Obra construída em aço, madeira, concreto armado, etc. para estabelecer comunicação ao mesmo nível entre dois pontos separados por um curso d’água ou qualquer depressão do terreno.
Já o dicionário Michaellis especifica:
Viaduto: Construção que permite dar passagem a ruas, avenidas, estradas, leitos de vias férreas, etc., sobre depressões ou vales.
Ponte: Construção erigida sobre um curso d’água ou braço de mar, a fim de permitir a passagem de pedestres e viaturas.
A enciclopédia livre Wikpédia, registra:
Viadutos: São obras de engenharia e arquitetônica que visam não interromper o fluxo rodoviário ou ferroviário, mantendo a continuidade da via de comunicação quando esta se depara e têm que transpor um obstáculo natural constituído por depressão no terreno ( estradas, ruas, acidentes geográficos como abismos, etc. ), sem que seja obstruído.
Pontes: Quando o meio transposto tem água ( rios, braços de mar, trechos de lagos, etc. )
Nessa linha de considerações, vamos ao fato propriamente dito:
No final da Via Anchieta, já no município de Santos – SP, mais precisamente no Km 64+937 ( a rodovia termina no Km 65+000 ) foi construída uma obra pública que, somente ao ser concluída, em 1964, é que os engenheiros, arquitetos e políticos perceberam que não teria utilidade alguma.
Não possuía função de viaduto porque não havia nenhuma depressão no terreno e também não havia nenhuma passagem inferior; não possuía função para ponte porque não havia nenhum rio, curso d’água ou ainda a depressão no terreno.
Na época, pensou-se até em demolição, houve também opiniões para se construir um curso d’água que passaria sob a obra, atribuindo-lhe a função de “ponte”. Seria a primeira vez no mundo que construiriam primeiro a ponte para depois construir um canal sob a obra de arte (sic).
Fato é que, passados oito anos, para que ficasse justificada a construção e consequentemente o custo empregado, além de principalmente eliminar os comentários por esse erro crasso de engenharia de projeto e planejamento, ou de interferência política, procederam intervenção no local, desviando uma das pistas e implantando-a exatamente no traçado da obra construída “do nada para nada”, além de desviar o trânsito da estrada secundária adjacente ( Avenida Bandeirantes ) para que passasse sob a mesma, atribuindo-lhe assim a condição de “viaduto”. Foi a tentativa de “justificar o injustificável” (sic), assim como também foi a primeira vez no mundo que construíram o viaduto para depois construir a passagem inferior.
COMO ERA A SITUAÇÃO DO LOCAL
ESTUDARAM, PLANEJARAM, PROJETARAM E CONSTRUIRAM A OBRA, QUE, APÓS CONCLUÍDA, FOI CONSTATADO QUE NÃO SERVIRIA PARA NADA, LIGAVA O “NADA AO LUGAR NENHUM”
APÓS ANOS E ANOS A OBRA ABANDONADA, ESTUDOU-SE A ALTERNATIVA DE ESCAVAR UM CANAL PASSANDO SOB O “ELEFANTE BRANCO” E ASSIM DAR A ELE A FINALIDADE DE “PONTE”, MAS A ALTERNATIVA FOI VENCIDA POR UMA SEGUNDA OPÇÃO, QUE ALTEROU OS TRAÇADOS VIÁRIOS DO LOCAL, DESLOCANDO UMA DAS PISTAS DA VIA ANCHIETA PARA PASSAR SOBRE A OBRA E IMPLANTANDO-SE UMA VARIANTE DA ESTRADA PARALELA ( AV. BANDEIRANTES ) PARA PASSAR SOB A MESMA, DESSA MANEIRA JUSTIFICANDO A UTILIZAÇÃO DA OBRA COMO UM VIADUTO.
ASSISTA O VÍDEO SOBRE O VIADUTO ELEFANTE BRANCO
Realmente um relato que não é difícil ocorrer nas empresas.