Adaptação: José Luiz Mendes Gomes
A Engenheira era uma feminista que levava a ferro e fogo suas convicções, estava inclusive causando problemas na construtora, implicava com tudo que considerava ser contra a mulher, a diretoria tinha receio até que suas posições contaminassem as outras funcionárias, não deu outra, deram um jeito de despacha-la para uma obra da empresa lá pros lados do Afeganistão. É lógico que ela esperneou, alegou que com tantos funcionários na empresa, porque logo ela? Bem, não teve jeito, e lá foi ela.
Para sua surpresa e alegria de feminista, quando chegou, notou logo de início um detalhe interessante: Há dez anos passados as mulheres sempre andavam um metro atrás do homens, como sinal de respeito, mas o que ela viu quando chegou foi que aparentemente as coisas tinham mudado. As mulheres estavam andando há aproximadamente dez metros à frente dos homens. Ela ficou extremamente alegre, pois certamente isto era uma vitória incrível do movimento feminista. Já se considerava uma sortuda em poder compartilhar essa vitória em seu novo local de trabalho. Não se conteve de alegria, foi falar com uma das mulçumanas:
– Por favor, me diga! O que a senhora acha deste feito? Andar na frente dos homens é uma vitória para as mulheres mulçumanas?
– Vitória? – respondeu a mulher, confusa – Não… foram os homens que mandaram…
– Fantástico!!! – comemorou a Engenheira – Os próprios homens admitiram a sua inferioridade! Mas me conte, como foi que os homens deram o braço a torcer e deixar as mulheres guia-los?
_ Ah, desde que começou essa onda de minas terrestres!
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