Adaptação José Luiz Mendes Gomes
Era uma obra no meio do mato, acesso somente com avião, o Engenheiro e o Topógrafo perderam o emprego por causa de uma violenta briga entre os dois, não chegaram a um acordo na divisão da propina resultante de uma medição no levantamento de uma grande jazida de argila, he,he,he, conclusão, o Topógrafo meteu a estação total na cabeça do Engenheiro e já viu, afetou o tal do nervo óptico e as trevas passaram a ser companhia inseparável do dito cujo. A diretoria da empreiteira apesar de demitir os dois, fez uma proposta para que eles permanecessem no local, o Engenheiro prestaria serviços de consultoria no que fosse possível e o Topógrafo prestaria serviços no refeitório, afinal, com essa onda de Operação Lava Jato e principalmente de “delação premiada” não seria prudente perder os dois de vista, he,he,he.
O Engenheiro então, foi almoçar no refeitório onde o Topógrafo assumiu a direção e servia os funcionários da obra e também, era o garçon. Chegando no refeitório, o Engenheiro, agora ceguinho, solicitou um cardápio em braile. O Topógrafo garçon, desculpando-se ( meio a contra gosto ), disse que não tinha. O Engenheiro ceguinho falou:
_ Não tem problema! Façamos o seguinte, me traga uma colher passada no prato do dia para eu provar!
O Topógrafo garçon achou estranho, mas atendeu o pedido. Pegou uma colher, lambuzou na comida prato do dia e levou para o ceguinho. Ele lambe a colher e comenta:
_ Hummmmmm, ótimo tempero. Camarão, com arroz a grega, pode me trazer esse prato mesmo.
No dia seguinte, a mesma coisa:
_ Hummm, que delicia! Strogonof de frango, batata frita… pode me trazer esse prato.
Passou uma semana e a mesma ladainha, o Topógrafo já estava achando que o Engenheiro estava era querendo gozação, que não havia esquecido a treta entre os dois. Era sempre a mesma coisa, o ceguinho pedia a colher, lambia, e pedia o prato.
O Topógrafo acabou achando mesmo que o Engenheiro estava era curtindo indiretamente com sua cara e resolveu sacanear o então ceguinho. No dia seguinte, quando o próprio chegou no refeitório e solicitou a colher melada no prato do dia, o Topógrafo então pegou a colher e levou para a cozinheira do refeitório, que nada mais era que a sua própria esposa. Entregando a colher para a cozinheira e esposa, ele fala:
_ Goreth, eu tô a fim de aprontar pro ceguinho. Pega essa colher e lambuza aí na perseguida!
A cozinheira esposa atendeu o pedido e entregou a colher para o marido, que a levou para o ceguinho. Este colocou na boca, deu uma lambida nos lábios, pensou um pouco e falou:
_ Ah, você tá de sacanagem! Não vai me dizer que a Goreth trabalha aqui!!!!
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